quarta-feira, 1 de junho de 2011

Resenha Crítica [2]:

Esta resenha do Filme, "Persépolis (2007)", foi solicitada pela professora Tatiana Ferraz, para a cadeira de "Antropologia à Cultura Brasileira" do 2º Período de Jornalismo da Faculdade Maurício de Nassau.

Persépolis (2007)

Banner de Divulgação do Filme "Persépolis".

Filme de Animação, Baseado no Romance Gráfico e autobiográfico de Marjane Satrapi, Dirigido por ela e Vincent Paramount. Conta a Historia de uma intensa mudança na vida social de todo um pais em meio a revoluções e guerras, contada por Marjane Satrapi uma Iraniana que desde sua infância acompanhou as mudanças de seu país junto com sua família.

            Inicia-se no Aeroporto de Orly, Paris, onde uma jovem cansada parece refletir sobre sua vida no Irã, Relembrando-se de coisas que compunham a sua infância normal como a de qualquer outra garota de sua idade, Batata frita com ketchup, Tênis Adidas, Bruce Lee como seu herói cinematográfico favorito, em seus sonhos; um dia poder depilar suas próprias pernas e ser uma Profetisa da Galáxia.

Em 1978, Passando por uma revolução, discute-se em festas a questão política do país, pensa-se que o regime do Xá Cairá cedo ou tarde.
Seguindo influencias do governo e da religião passava-se nas escolas que o governante Mohamed Reza Palhevi era escolhido por Deus para governar seu país, e durante a revolução iraniana que se deu em 1979, as pessoas eram presas e torturadas, as crianças vivenciavam as experiências do regime e dos protestos e eram influenciadas nas mínimas atitudes, vindo mais tarde a serem revolucionários. Todos no governo do Xá eram combatentes, ou contra ou a favor, diziam-se ter marcas de combate, nas escolas foi determinada que o passado deveria ser esquecido, portanto a família real esquecida, tudo o que viria a existir em diante seria o regime do Xá, as pessoas esperavam a saída do Xá mas não se esperava que com isso os aiatolás e a revolução islâmica tomaria conta do pais por inteiro.

Quando Seu tio foi liberto do regime, Marjane Pode enfim ter uma conversa com ele e saber do que tinha se passado com ele como com a família antes do regime, quando ele tinha 20 anos, ele viu o seu tio proclamar a independência da província iraniana de Azerbaidjão, proclamando-se ministro da justiça fazendo do tio de Marjane o secretario mais próximo... Os mais velhos queriam o Xá e o ministro assim fuzilado, com isso se fugia dos domínios iranianos e de regimes totalitários, procurando destinos libertadores, livres do regime islâmico, como a União Soviética, visando o socialismo, Houve um período de união entre a população, com nacionalismo e moral  religiosa, O Xá Queria Purificar o país, eliminando os revolucionários, assim o tio de Marjane é preso e executado.
Um Ano após a revolução, o Iraque atacou o Irã, Saddam se aproveitou da vulnerabilidade do país para atacar o exercito estava fraco, mortes eram diárias, em dois anos a vida mudou radicalmente assim como as pessoas, em 1982 os véus mudam a cara das mulheres, a cultura ocidental era algo banido só podendo ser apreciada na ilegalidade, podendo ser utilizado como motivo para fugir do cotidiano amedrontador, onde se via na TV anúncios dos Militares anunciando, “O Sangue de nossos Mártires Irriga nosso solo sagrado e fará florir os desertos do desespero, morrer como mártir é injetar sangue nas veias da sociedade”. Eram entregues chaves a Garotos para que caso eles tivessem a “Sorte” de morrer como MÁRTIR numa revolução eles entrariam no paraíso com a chave, com a idéia de paraíso.

As mães se revoltavam contra a religião a partir do momento em que percebem perder os filhos nas batalhas.
Aquele que jurasse fidelidade ao Regime poderia ser membro do governo e assim ter cargos de importância, A Mãe de Marjane com medo sobre sua tendência a revolução a envia para a Europa com a intenção de que ela cresça longe daquele meio e que pudesse concluir seus estudos, Chegando lá Passou por um Período de aculturação onde se deparou com um mundo novo, pessoas novas, e costumes igualmente novos, aos poucos foi passando por um tempo em que ela negava sua identidade pelos seus amigos que a influenciavam e a mantinham longe daquilo que ela realmente era com o passar do tempo ela descobre o “amor” surge em sua vida marcos, a fez sentir o que ela não sabia o que era desde que chegou à Europa, quando ela foi traída por ele, ela revoltou-se internamente e assim desconta no mundo, e logo após adoecer e passar por momentos muito difíceis, ela procura sua família de novo e assim volta a assumir sua identidade iraniana, Quando ela retorna os fatos são outros, a guerra acabou o ocidente vendeu armas para ambos os lados, em oito anos, um milhão de mortos, o Iraque bombardeava Teerã todos os dias como se fosse necessário apagá-la do mapa, como o exercito iraquiano atravessando a fronteira, o regime deu duas opções aos seus prisioneiros políticos, fidelidade e liberdade ou, manter seus objetivos e assim morrer.

Nada a atrai naquele país que ela já havia deixando há tanto tempo, as ruas para ela pareciam cemitérios, os amigos mudaram, ela procura ajuda, e o medico a diagnostica como depressiva, logo após uma tentativa de suicídio ela se reencontra com seus ideais de menina e volta à vida renovada, volta a estudar, faz amizades, e põe na cabeça que é o medo que nos faz perder a consciência das coisas e entre momentos bons e ruins sua família vê que ela não pode ficar mais em território iraniano, pois não é mais um país livre para todas as pessoas, sendo assim ela promete para a mãe nunca mais voltar ao Irã e vai à França encontrando-se assim no inicio do filme e mostrando que a cultura dele foi devolvida a partir do momento em que ela recupera a sua identidade

Fernando Monteiro, Recife, 30 de Setembro de 2010

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